Cerca de 30 pessoas ficaram sob 'fogo-cruzado' entre dupla e PM.
Vídeos mostram tiroteio e momento da prisão de um dos assaltantes em SP.
“Quinze minutos de terror.” Foi assim que a gerente de um salão de beleza na Rua Oscar Freire, famosa por lojas de luxo em São Paulo, definiu os momentos em que foi mantida refém por dois assaltantes na terça-feira (28). Um dos suspeitos foi preso e o outro fugiu. Um policial militar ficou ferido.
A ação dos criminosos foi gravada por câmeras de segurança. Cerca de 30 pessoas, entre clientes e funcionários, estavam no salão Karaji, nos Jardins, quando os assaltantes sacaram as armas. Uma das vítimas, porém, conseguiu acionar a PM.
Segundo a polícia, os criminosos reagiram à chegada dos PMs disparando em sua direção. “Tudo foi traumático”, disse nesta quarta-feira (29) ao G1 Valquíria Miranda, de 34 anos, gerente do estabelecimento. Segundo ela, para escapar dos disparos os reféns se abaixaram.
Um suspeito foi baleado e preso. Outro fugiu e é procurado pela Polícia Civil. Um policial militar também foi atingido, mas não corre risco de morte. Nenhum cliente ou funcionário ficou ferido.
As marcas de bala ainda estão no salão, que ficou fechado nesta quarta e deverá abrir somente na sexta. Os funcionários contaram mais de 15 marcas de tiros em paredes, teto, espelhos, computadores e cadeiras. “Precisamos contabilizar o que foi destruído, como monitores de computador, espelhos, a bancada da recepção”, afirmou Paulo Oshiro, de 56 anos, dono do Karaji. “Em 14 anos é a primeira vez que tentaram nos assaltar”, acrescentou o homem, que estava fora do estabelecimento no momento do crime.
Tentativa de arrastão
Entre os clientes que costumam cortar cabelo, fazer as unhas e tratamentos estéticos no salão estão pessoas de grande poder aquisitivo. Cantores, artistas de TV, políticos e até juízes são habitués.
Entre os clientes que costumam cortar cabelo, fazer as unhas e tratamentos estéticos no salão estão pessoas de grande poder aquisitivo. Cantores, artistas de TV, políticos e até juízes são habitués.
Quando os dois assaltantes entraram, por volta das 13h, havia muitas mulheres no salão. Elas foram ameaçadas de morte. “Os bandidos apontavam as armas para as clientes, as xingavam de vagabundas e exigiam joias e dinheiro”, relatou Valquíria. “Como a maioria dos pagamentos é com cartão, só tínhamos R$ 200 em dinheiro o que os irritou.”
A gerente contou que foi obrigada pelos assaltantes a pegar uma sacola e recolher os pertences das vítimas, como celulares, bolsas e carteiras. Enquanto os empregados e clientes depositavam seus bens, os criminosos rendiam quem entrava no salão.
190
Uma funcionária que estava descansando nos fundos do Karaji telefonou para o 190 da PM. Cinco minutos depois, dois policiais militares se posicionaram na frente da loja, mas foram recebidos a tiros, segundo a PM. Os policiais revidaram.
Uma funcionária que estava descansando nos fundos do Karaji telefonou para o 190 da PM. Cinco minutos depois, dois policiais militares se posicionaram na frente da loja, mas foram recebidos a tiros, segundo a PM. Os policiais revidaram.
Os assaltantes pegaram um cabeleireiro e uma manicure como reféns e os usaram como escudos. “Eles não queriam se entregar. Berravam que iriam matar todo mundo”, disse Valquíria, que está traumatizada. “Não consigo dormir direito. Me lembro do olhar de maldade daqueles bandidos.”
O circuito interno do salão gravou o momento em que um PM é baleado na perna e se arrasta. Um dos assaltantes também foi atingido. Mesmo assim, ele ainda conseguiu sair do salão com um refém. Na fuga, soltou a vítima e tentou roubar um carro, mas foi preso.
De acordo com policiais do 14º DP, em Pinheiros, William Jorge Pereira da Silva, de 20 anos, não tinha passagens pela polícia. Ferido à bala, ele foi levado para o pronto-socorro do Hospital das Clínicas, para onde também tinha ido o PM baleado.
O outro assaltante ainda não foi identificado. Ele conseguiu sair do salão com um refém e fugiu. A vítima foi solta na rua. A polícia investiga se mais um criminoso dava cobertura à dupla.
Uma cliente que esteve no salão durante o tiroteio afirmou que estão ocorrendo muitos arrastões na região. “É uma onda de assaltos desse tipo por aqui. Já soube de casos em vários restaurantes e bares”, disse a mulher, que é médica e pediu para não ter seu nome divulgado.
Procurado para comentar o assunto, o delegado Gilmar Pasquini Contrera, do 14º DP, onde o caso foi registrado como tentativa de roubo, lesão corporal e resistência à prisão, declarou que não recebeu queixas de arrastões neste mês. “Tivemos três casos entre março e abril, em restaurantes”, disse.
O delegado informou que a Rua Oscar Freire não tem grande incidência de crimes. “Nas avenidas Brigadeiro Faria Lima, Rebouças, e Rua Teodoro Sampaio a incidência é maior. São vias de trânsito intenso”, afirmou. “À noite pessoas ficam mais vulneráveis a roubos de farol. No salão de beleza foi um fato esporádico.
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